Foi escrito tendo em mente o estudante ou praticante solitário; portanto, não contém descrições de rituais para coven ou dinâmicas de grupo em magia. A Wicca
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O Praticante Solitário Eis aqui uma introdução positiva e prática à religião da Wicca*. Scott Cunningham apresenta a Wicca como ela é hoje – uma religião suave e voltada à Terra, dedicada à Deusa e ao Deus. Este livro preenche a necessidade de um guia para a Wicca Solitária – uma necessidade jamais antes preenchida por outro livro. Wicca é um livro sobre a vida e como viver mágica, espiritual e completamente em sintonia com a Natureza. É um livro sobre senso e bom senso, não apenas voltado à Magia, mas sobre religião e um dos mais delicados tópicos da atualidade: como atingir a tão necessária e integral relação com nossa Terra. Wicca é uma introdução prática e positiva à religião da Wicca, elaborado de modo que qualquer pessoa interessada possa aprender a praticar a religião “só, em qualquer ponto do Mundo”. Apresenta a Wicca de modo honesto e claro. Mostra a Wicca como uma parte vital e satisfatória da vida no século XX. A grande maioria dos livros sobre Wicca são voltados à prática em grupo. Estórias sobre encontros de covens e dinâmicas de grupo

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mágicas são encontradas em profusão em tais livros. O problema é que a maioria das pessoas que desejam aprender esta religião não compartilham tais interesses com outros. Pode ser que não conheçam outros Wiccanos num raio de trezentas milhas. Assim, ao ler outros livros, ou eles são levados a crer que não é possível ser Wiccano sozinho – ou são forçados a adaptar os rituais publicados para uso individual. Além disso, muitos livros Wiccanos foram escritos com base em pontos de vista limitados, cada autor clamando ser a sua forma particular de Wicca a única certa. Guia Essencial para a Bruxa Solitária rompe com esses padrões. Apresenta os aspectos teóricos e práticos da Wicca de uma perspectiva individual. O capítulo sobre o Livro das Sombras das Pedras Erguidas (aqui impresso na íntegra) contém rituais solitários para os Esbats e para os Sabbats. Este livro, baseado nas quase duas décadas de prática Wiccana por parte do autor, apresenta um quadro eclético de vários aspectos desta religião. Exercícios criados para desenvolver a proficiência em magia, um ritual de autodedicação, magia de ervas, rúnica e de cristais, e receitas para os festivais dos Sabbats foram incluídos neste livro excelente. Sobre a Série I.Lewellyn de Magia Prática para algumas pessoas, a idéia de que a “magia” seja uma coisa prática é surpreendente. Não deveria ser. A Magia se baseia inteiramente na capacidade de exercer influência sobre nosso meio. Enquanto a magia é, altamente, voltada ao crescimento espiritual e à transformação psicológica, até mesmo a vida espiritual deve estar firmemente baseada em alicerces materiais.

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Os mundos material e psíquico estão entrelaçados, e é exatamente este fato que estabelece o Elo Mágico: o psíquico pode tão facilmente influenciar o material quanto vice-versa. A magia pode, e deveria, ser utilizada em nossa rotina para obtermos uma vida melhor! Cada um de nós recebeu Mente e Corpo, e certamente temos uma obrigação Espiritual de usar completamente esses maravilhosos dons. Mente e Corpo atuam em conjunto, e a Magia é apenas a extensão dessa interação em dimensões que ultrapassam os limites normalmente concebidos. Eis o porquê de associarmos o “sobrenatural” aos domínios da Magia. O Corpo é vivo, e toda Vida é uma expressão do Divino. Há Poder Divino no Corpo e na Terra, assim como na Mente e no Espírito. Com Amor e Desejo, utilizamos a Mente para conectar esses aspectos do Divino e assim trazer mudanças. Com a Magia aumentamos o fluxo do Divino em nossas vidas e no mundo à nossa volta. Nós somamos à beleza de tudo Œ pois para trabalhar a Magia precisamos estar em harmonia com as Leis da Natureza e da Psique. A Magia é o Florescer do Potencial Humano. A Magia prática está relacionada à Arte de Viver bem e em harmonia com a Natureza, com a Magia da Terra, com as coisas da Terra, as estações e os ciclos, e aquilo que fazemos com as mãos e com a Mente. * Nota do tradutor. Esta obra contém repetidas vezes o termo “Wicca”, designando a antiga religião celta. Tal termo, de origem obscura, como o próprio autor atesta em sua Nota lingüística, não possui equivalente exato na língua portuguesa. Uma vez que “paganismo” possui um sentido muito amplo, assim como “bruxaria” (sem contar a possível conotação negativa a eles imputada), optei por manter a terminologia original, a exemplo da língua inglesa (segundo alguns estudos lingüísticos, a palavra “Wicca” tem origem

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no idioma galês), fazendo uma concessão apenas ao derivado “wiccan”, indicando um praticante da Wicca ou assuntos a ela correlatos, aqui adaptado como “wiccano”. Não se trata, no entanto, de um excesso de liberdade deste tradutor, já que essa expressão é amplamente utilizada pelos praticantes e estudiosos de tal religião no Brasil – entre os quais orgulhosamente me incluo. · Nota lingüística: Existe atualmente muita controvérsia acerca do significado exato (e original) da palavra “Wicca”. Não é meu desejo ingressar ou acrescentar novas questões a tais discussões, mas não creio que possa utilizar o termo sem defini-lo. Assim, “Wicca” será utilizada neste livro para descrever tanto a religião em si (uma ampla religião Pagã baseada na reverência às forças criativas da Natureza, normalmente simbolizadas por uma deusa e por um deus), como também seus praticantes de ambos os sexos. O termo “warlock” feiticeiro, Bruxo, Mago, apesar de eventualmente utilizado para descrever os praticantes do sexo masculino, é virtualmente evitado pelos próprios Wiccanos; portanto, não o utilizo aqui. Apesar de alguns usarem “Wicca” e “Witch” (Bruxa, feiticeira, ídem – 1969, n. do T.) quase como sinônimos, prefiro a mais antiga e menos embaraçosa palavra Wicca, e deste modo uso-a quase com exclusividade.

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Prefácio Este livro, resultado de dezesseis anos de experiência prática e pesquisas, é um guia que descreve os aspectos básicos da teoria e da prática em Wicca. Foi escrito tendo em mente o estudante ou praticante solitário; portanto, não contém descrições de rituais para coven ou dinâmicas de grupo em magia. A Wicca aqui descrita é “nova”. Não há revelações sobre antigos rituais zelosamente transmitidos através dos séculos. Isso, entretanto, não diminui sua eficácia, pois ela se baseia em práticas testadas pelo tempo. Um encantamento a Innana de três mil anos não é necessariamente mais poderoso ou eficaz do que outro improvisado durante um ritual privado. A pessoa que executa o ritual é que determina seu sucesso. Se, para você, encantamentos seculares são nada mais que tagarelices sem sentido, é bem provável que o ritual não surta efeito, do mesmo modo que não surtiria efeito uma cerimônia Shintoísta nas mãos de um Metodista. Para Ter efeito, os rituais devem falar ao seu coração. Para alguns, os rituais são a essência da Wicca, enquanto para outros representam complementos prazerosos à filosofia e modo de vida da Wicca. Na Wicca, como de resto em qualquer outra religião, os rituais funcionam como um meio de contatar o Divino. Rituais

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bem-sucedidos unem o adorador à Deidade. Rituais ineficazes matam a espiritualidade. Há, sim, rituais neste livro, mas são apenas diretrizes, não escrituras sagradas. Escrevi-os para que outros, utilizando-os como orientação, possam criar os seus próprios rituais. Algumas pessoas podem dizer: “Mas este é o seu ponto de vista. Nós queremos a verdadeira Wicca! Conte-nos seus segredos!” Não há, como jamais haverá, uma forma “pura”, “verdadeira” ou “genuína” de Wicca. Não existem agências governamentais centrais, líderes físicos, profetas ou mensageiros universalmente reconhecidos. Apesar de certamente existirem formas específicas e estruturadas de Wicca, elas nem sempre concordam no que diz respeito a rituais, simbolismo ou teologia. Devido a esse individualismo saudável, nenhum sistema ritual ou filosófico surgiu para consumir os demais. A Wicca é diversificada e multifacetada. Como em todas as religiões, a experiência ritual Wiccana é compartilhada com a deidade apenas. Este livro é somente um dos modos, baseado em minhas experiências e na instrução que recebi, de se praticar Wicca. Apesar de tê-lo escrito, este livro não surgiu do nada. O joalheiro que lapida esmeraldas brutas não criou as gemas; tampouco o artesão criou a argila. Tento aqui apresentar uma amálgama dos principais temas e estruturas rituais da Wicca; não criar uma nova forma, mas sim apresentar uma para que outros possam desenvolver suas próprias práticas de Wicca. Quando comecei a aprender sobre Wicca, havia poucos livros sobre o assunto, e certamente nenhum Livro das Sombras publicado. Os rituais e textos mágicos são mantidos em segredo em várias correntes da Wicca, e só há pouco tempo alguns sistemas foram

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substituir o ensino direto e individual, não é um método muito prático para todos os que desejam aprender. E foi assim que, muitos anos atrás, comecei a fazer anotações e capítulos que finalmente se transformariam neste livro. A fim de não me tornar muito obtuso (Sybil Leek disse uma vez que é perigoso escrever sobre sua própria religião – estamos muito próximos a ela), pedi a amigos Wiccanos para que lessem e comentassem sobre os primeiros rascunhos para assegurar que a visão da Wicca aqui apresentada não fosse excessivamente limitada ou dogmática. Peço que não me interpretem errado. Apesar de o objetivo deste livro ser uma melhor apreciação e compreensão da Wicca, não quero fazer nenhum proselitismo. Como muitos Wiccanos, não tenciono mudar suas crenças religiosas e espirituais; isso não é da minha conta. Entretanto, com o crescente interesse em religiões não- tradicionais, preocupações com a destruição ambiental e um vasto interesse na religião da Wicca, espero que este livro responda parcialmente a uma das mais recorrentes questões: “O que é Wicca?”

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Introdução Wicca, a religião das “Bruxas”, há muito está encoberta em segredos. Aqueles interessados em aprender “A Arte” deviam contentar-se com informações fragmentadas provenientes de livros e artigos. Os Wiccanos não revelavam muito, a não ser que não estavam buscando novos seguidores. Atualmente, um número crescente de pessoas anda insatisfeito com a estrutura das religiões tradicionais. Muitos buscam uma religião de apelo pessoal, uma que celebre tanto a realidade física como a espiritual, na qual a sintonia com a deidade seja complementada pela prática da magia. A Wicca é exatamente assim, centrada em torno da reverência à Natureza na forma da Deusa e do Deus. Suas antigas raízes espirituais, a aceitação da magia e de sua natureza misteriosa tornam-na especialmente atraente. Até há pouco tempo, a falta de informação pública acerca da Wicca e sua aparente exclusividade causaram muita frustração aos estudantes interessados. A Wicca não busca novos membros. Esta tem sido uma das maiores pedras no caminho dos que desejam aprender seus rituais e sua magia. A Wicca não tenta seduzir porque, ao contrário da maioria das religiões ocidentais, ela não alega ser o único e verdadeiro caminho para o Divino.

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Com o número crescente de interessados em praticar Wicca, talvez seja a hora de permitir que toda a luz da Aurora da Era de Aquário ilumine-a. Ao fazer isso, não estou declarando ser a Wicca a salvação de nosso planeta, mas sim apresentá-la aos que desejem aprendê-la. Muitos obstáculos têm surgido. Até recentemente, a única maneira de ingressar na Wicca era a. contatar um iniciado em Wicca, normalmente membro de um coven, e b. ser convidado. Se não conhecesse nenhum bruxo, não teria muita sorte, pois a iniciação era um pré-requisito indispensável. Atualmente, os tempos estão mudando. Estamos amadurecendo, talvez até rápido demais. Isto é necessário para que essa procura não seja apenas uma curiosidade pueril. Os herdeiros da Wicca devem projetar firmemente sua religião para o futuro se quiserem que ela tenha algo a oferecer às gerações futuras. Uma vez que chegamos ao ponto onde um simples mal-entendido pode acabar com nosso planeta como o conhecemos, pode-se dizer que jamais houve um período no qual a Wicca, sendo uma religião voltada à natureza, tivesse mais para oferecer. Este livro rompe com muitas convenções da Wicca. Foi estruturado para que qualquer um, em qualquer lugar do mundo, possa praticar a Wicca. Nenhuma iniciação é necessária. É voltado ao praticante solitário, dada a dificuldade em se encontrar outros com interesses similares, especialmente em áreas rurais. A Wicca é uma religião festiva que brota de nossa união com a natureza. Ela nos une às Deusas e aos Deuses, as energias

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universais que criaram toda a existência. É uma celebração da vida, positiva e pessoal. E agora está à disposição de todos. Capítulo 1 – Wicca e Xamanismo Por definição, o xamanismo é considerado a primeira religião. Existia antes das mais antigas civilizações, antes que nossos ancestrais dessem seus primeiros passos em sua longa jornada rumo ao presente. Antes desse período, os xamãs eram os curandeiros, responsáveis pela distribuição do poder, masculino e feminino. Eles operavam magia e se comunicavam com os espíritos da natureza. Os xamãs foram os primeiros humanos com sabedoria. Eles a criaram, a descobriram, a cultivaram e utilizaram-na. Sabedoria é poder; os homens e mulheres que a possuíam naqueles dias longínquos eram xamãs.

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